sexta-feira, 23 de setembro de 2011

UM MEU SONETO
(Vivaldo Bernardes)

Quando a vida queimar todo o pavio,
derretendo da vela o seu cerume,
estarei neste mundo por um fio,
e dirão: - “enterrá-lo é do costume.”

E depois de deitado no caixão,
quero ter, sobre mim, um meu soneto,
qu’eu vou ler em total escuridão
té meu corpo virar um esqueleto.

Meu pedido não é exorbitante,
é sincero e contém veracidade,
é anseio, é amor nobilitante.

Assim quero e espero seja feito:
ter comigo por toda a eternidade
meu soneto em sussurros no me peito.

Planaltina-DF, 20/07/2011


UM TEU SONETO
(Joésio Menezes)

- ao poeta Vivaldo Bernardes -

Sim, meu amigo!... é nosso costume
- após a vida queimar seu pavio
e a vela derreter seu cerume -
enterrar quem daqui se despediu.

Porém, velho amigo, eu prometo
que, antes de descerem teu caixão,
em teu peito deixarei o soneto
que desejas ler na escuridão...

Não acho que seja exorbitante
esse teu pedido que, doravante,
atenderei, pela nossa amizade.

E sobre teu peito hei de deixar
um teu soneto a te sussurrar:
-“Enfim sós, por toda a eternidade...!”

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