quarta-feira, 19 de junho de 2013

FOI ASSIM
(Vivaldo Bernardes)

            Sei lá... No princípio, até pensei em reagir e bancar o ingênuo, o cego e atribuir isso ou aquilo ao que me invadiu por inteiro naquele instante em que você se aproximou de mim e me cumprimentou, acompanhada só por esses dois olhos, esses lábios e esse sorriso único e desaforado, tudo no topo desse exagero de mulher!
            Vi-me desafiado nos meus limites humanos, mesmo querendo prometer-me, a mim mesmo, que não naufragaria nesse mar de encantos!
            Quem me dera pudesse!...
            Conclusão: o que pensei fosse mais um problema, é hoje o meu mais lindo poema.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

PENSAMENTO DO DIA:

Quando somos um ângulo dum triângulo amoroso, a culpada é a hipotenusa.
AMOR QUE VAI E VOLTA
(Vivaldo Bernardes)
Não te quero mais!
Eu seria mentiroso se dissesse que
ainda te amo como sempre te amei.
Estou certo de que
se meu amor se acabou
o teu nome não me lembra nada
e nunca mais eu direi que
eu te amo.
Lamento, mas a verdade é que
Tudo entre nós se acabou.


P.S.: agora releia o texto de baixo para cima


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

PENSAMENTO DO DIA:
O calor dos atritos entre Razão e Coração gera a luz acesa ou não pelo livre arbítrio.
Boa-noite!
O SEGUNDO DEUS
(Vivaldo Bernardes)
"Cessa tudo o que a antiga moral canta porque outro valor mais alto se alevanta"... Mudada uma palavra, os versos de Camões servem como uma luva aos tempos atuais.
Mas, que valor é esse que de tão grande sobrepuja a própria moral, a própria honra? O que poderia impor-se mais alto que elas? Por que essa subordinação exacerbada, soberana e extremamente inevitável ao homem deste milênio? Que razões geram essa dependência intrínseca definidora do presente, do futuro, enfim, do destino das almas neste grãozinho do Universo?
Tremendo paradoxo!... criado e alimentado pela insensatez das diminutas dimensões neurônicas, cegas, surdas e mudas a todos e quaisquer interesses que não lhes possa sustentar o momento de superioridade material e monetária, mesmo em detrimento da evolução anímica neste estágio terreno.
É justo, natural e até louvável a busca do bem-estar e do conforto gerados pelo poder do cifrão, na medida do necessário, do indispensável à digna sobrevivência do homem de bem, desde que esse desejo não se sobreponha à razão por fortunas escamoteadas, ao arrepio do bom-senso.
A dependência hodierna ao chamado “vil metal” cresce assustadoramente na medida em que a ciência tecnológica avança, tornando obsoleto hoje o que era novidade ontem, o que obriga a sociedade mais carente a fazer das tripas coração para se considerar atualizada e se equilibrar no arame esticado do salário mínimo.
No fundo, a ânsia e adoração pela moeda é assunto corrente nos bares e botecos aos luxuosos gabinetes das altas estirpes, onde se discute a alta do dólar no câmbio mundial, tudo calculado numa fração de segundo porque tempo é dinheiro e a bolsa de valores não deve perder tempo.
A subserviência à moeda é tanta que fará, um dia, o homem tirar o chapéu a um cachorro se ele tiver dinheiro.
Vil metal!... Onde há vileza senão no homem que o usa inescrupulosamente e o adora como se inclina ante um bezerro de ouro?
Que dizer do lamentável suborno de Judas Iscariotes, que vendeu o próprio Cristo por trinta dinheiros, trinta dinheiros que o lançaram ao inferno dos suicidas?
No século atual, o prestígio social do cidadão equivale ao peso da sua conta bancária e ponto final!...

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

PENSAMENTO DO DIA:
Na gramática da vida, o verbo PENSAR sempre deve ser conjugado antes do FALAR.
Boa-noite!

O BILHETE II
(Vivaldo Bernardes)
Do bilhete que inda tenho escrito,
tirei cópias que ficam arquivadas
lá no fundo, lembrando o que foi dito,
bem na hora das flores orvalhadas.

Explicou-me que fora visitar
a parenta qu´a havia convidado,
mas voltou preparando o meu jantar
e demos tudo, tudo terminado.

São detalhes, relíquias, confidências,
qu´eu escrevo querendo ser fiel.
São os frutos da pura convivência.

“Me perdoe, gosto muito de você”,
o meu prêmio, o meu Prêmio Nobel,
foi-me entregue e assinado com um T.

Planaltina-DF, 16/07/2002

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

PENSAMENTO DO DIA:
O intelecto é um livro a ser publicado e, como tal, submete-se à revisão da razão.
Boa-noite!


DESEJO
(Vivaldo Bernardes)
Ainda que meus pés se arrastem pelo chão e tu não
me socorras nas pedras do caminho;
ainda que não seques meu sangue a escorrer;
ainda que te negues a aceitar o meu carinho;
ainda que eu não possa nos baços te acolher;
ainda que tu tenhas esquecido o nome meu,
embora sempre eu traga no coração o teu;
ainda que não te importe a minha dor suprema,
quero ter-te ao lado na minha hora suprema.

Planaltina-DF, 22/05/2006

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

PENSAMENTO DO DIA:
Contestar o óbvio é tentar enxugar gelo.
Boa-noite!

A VIRGEM
(Vivaldo Bernardes)
Olhando-te inteira e toda nua,
deitada numa cama à minha espera,
reflito na loucura minha e tua,
loucura-instinto que me torna fera.

No instante de eu ter-te em meus braços,
travei insana luta co’a Razão
e entre os mil beijos e abraços
optei só, simplesmente, por um “não”.

Surpresa, perguntaste-me o porquê
da minha repentina decisão:
– “Mistério que o íntimo prevê”.

Não quis eu nessa hora alucinada
manchar-te o teu véu de proteção,
e a chama do amor foi apagada.

Voltaste a insistir mui desbragada,
e eu balbuciando um fraco “não”,
manchamos de vermelho o teu colchão.

Planaltina-DF, 12/02/2006

quarta-feira, 25 de julho de 2012

PENSAMENTO DO DIA:
Em se tratando de beleza, não há outra que supere a da mulher bonita
Boa-Noite!

ENFADO
(Vivaldo Bernardes)
Os anos se sucedem e são todos iguais,
exceto o calendário, o resto se repete,
costumes que vieram, herança de ancestrais,
a obrigar o Homem a ser marionete.

Fantoches se revezam e os tempos se escoam,
levando nossa alma a planos irreais,
de fúteis fantasias e sons que só ecoam
no Homem iludido em festas triviais.

O mundo se resumo em vã filosofia,
mentiras descabidas e escrúpulos farisaicos,
veneno colorido envolto em ironia.

Declaro o meu enfado e minha antipatia
por tudo o que foi dito e pelo meu viver,
e desafio a quem me queira desdizer.

Planaltina-DF, 27/11/2006

quarta-feira, 18 de julho de 2012

PENSAMENTO DO DIA:
Uma pitada de ciúme condimenta o Amor.
Boa-tarde!

CULPA
(Vivaldo Bernardes)

- à Maria -

Culpado eu me confesso, e quero ter-te assim,
de modo extravagante e quase escandaloso,
banindo preconceito... amor de botequim,
ou de qualquer lugar... ardor pecaminoso.

Assumo, ao me culpar, metade - e só metade –
do que nos sucedeu, pois éramos um par,
sentado, descuidado, a beber em um bar,
sedento de prazer, culpado em igualdade.

Depois... muito depois, co’a mente conturbada,
mostraste-me teu corpo e ele todo eu vi,
soberbo e sedutor qual a flora eriçada.

Num átimo abracei teu corpo, alucinado,
deixando-me tomar por alto frenesi,
e tudo se acabou num ato tresloucado.

Planaltina-DF, março/2005

segunda-feira, 9 de julho de 2012

PENSAMENTO DO DIA:
Há certas crenças que pregam a fé em Deus, criador de Adão, mas adoram o deus Cifrão.
Bom-dia!


PERGUNTAS A UM POETA
(Vivaldo Bernardes)
Por que teu incontido estado de ansiedade,
na busca do soneto único, é inimitável?
Não vês que a mesa é farta e o pão inesgotável?
Não sabes que o tempo é toda a eternidade?

Cantando a vida, vê-a a teu modo de vê-la,
e pensa logo, pois, que a tua sina é esta:
eterno sonhador, a mente sã e lesta,
navegas desta Terra à mais distante estrela.

Não penses nunca o fim: aceita o teu tormento.
Se disserem morar nas nuvens o teu leito,
de lá perto estarás da deusa Cor de Prata.

Vai e volta, viajor!.. a vasculhar o vento,
que a ti trará do sol o soneto perfeito,
saciando de uma vez essa ânsia que maltrata.

Uberaba-MG, abril/1996

sexta-feira, 6 de julho de 2012

PENSAMENTO DO DIA:
Na guerra da Vida, o coração é preso e torturado pelos grilhões do Amor.
Boa-tarde!


INTIMIDADES SAUDOSAS
(Vivaldo Bernardes) 
TERESINHA no mundo era o teu nome,
TERESINHA com S e sem H.
Foste simples até no teu prenome,
Eras SINHA no ir e vir de lá.

Para mim, e que fique entre nós,
continuas a ser a minha “DI”.
Eu te chamo, escuta a minha voz!
vem dançar comigo o sarandi.

Eu bem sei, tu te lembras bem lembrada
d’outro nome com que eu te chamava:
NINONA também eras alcunhada.

Quanto ao meu, me acenavas de NINÃO,
e o amor entre nós se derramava
antes que desabasse o furacão.
 
Planaltina-DF, 29/06/2002

quarta-feira, 4 de julho de 2012

PENSAMENTO DO DIA:
O futuro é imprevisível: o nosso Amor pode voltar num tênue e longínquo talvez.
Boa-noite!