RIO DE DEZEMBRO
(Vivaldo Bernardes)
- ao “meu” Rio de Janeiro -
Conheço-te de velhos e mui longos tempos...
e sei que tu não és apenas de janeiro,
pois eu já respirei teu ar e os teus ventos
e vi que és assim durante o ano inteiro.
Porém, és mais lindo ainda neste mês
quando em ti tudo muda em um milhão de luzes,
ousado desafio a quem, mais uma vez,
tenta dizer em versos o que lhe induzes
e se atreve a querer pôr num simples papel
os teus encantos impossíveis de caberem
nestes pobres versos escritos a tropel
que têm como seu fim o de enternecer
o coração do poeta, incondicionalmente
de janeiro a dezembro, dia a dia mais amigo
que te pergunta outra vez e platonicamente
ond’ele há de pôr esse amor mui antigo:
se o leva pra longe ou o deixa contigo
nesse rio de saudade, a mesma que o invade
com estranha dor-prazer ou dor-castigo
e tu, Rio, lhe respondes: - “Levarás metade
e deixarás aqui os restos de saudade”.
Contigo, o coração não quer ser egoísta
e levará com ele à distante cidade
o que lhe sobrou deste poema intimista...
Rio de Janeiro, dezembro/2009.
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