(Vivaldo Bernardes)
Minha noite é infinda e não vejo o nascente;
as estrelas se foram e meu céu é escuro;
não distingo alvorada e confundo o poente,
o presente enfadonho e o futuro inseguro.
Vivo só por viver: não aspiro a mais nada.
O ontem acabou, o porvir me assombra,
embora considere a vida inacabada,
pois resta-me de amor ainda leve sombra
Entanto inda cultivo amores extremados
e não terei jamais na vida outros iguais
a esses que já tive e foram sepultados.
Na idade que já tenho é justo que eu reflita
no fim destes meus dias que acho são fatais
a mim humano ser que esta Terra habita.
Planaltina-DF,10/09/2005
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