AMPULHETA
(Vivaldo Bernardes)
Vejo noites passadas, noites frias
a ampulheta do tempo, caprichosa,
a contar os momentos dos meus dias
a sugar minha vida qual ventosa.
Oito décadas foram consumidas
na voragem dos anos incansáveis
e a ampulheta, de entranhas carcomidas,
continua as viradas incontáveis.
Instrumento já gasto pelos anos,
os meus vasos pressentem erosão.
viram, viram no mundo dos enganos.
Quem sou eu? Nada mais que uma ampulheta
a marcar minha idade sem razão,
respirando tal qual anacoreta.
É de uma profundidade incalculável,me apaixonei pela forma linda de transmitir algo tão valoroso e ao mesmo tempo tão ilusório como o TEMPO.
ResponderExcluirParabéns!