sexta-feira, 8 de julho de 2011
ESPELHO MEU
(Vivaldo Bernardes)
Conheço-te e sei da tua fidelidade.
Artísticos detalhes ornam o teu cristal.
Refletes o meu rosto e as minúcias da idade
mostrando que a vida escoa o seu final.
Mudaste-me até a cor dos meus cabelos,
cumprindo, fielmente, o teu papel no tempo.
Tampouco esqueceste as gelhas, em teu zelo,
negando que a vida é simples passatempo.
Porém, “quem vê cara não vê o coração”,
ferido de saudade ou morto de paixão,
pulsando no compasso da desilusão.
Por isso, Espelho meu, não ouses refletir
os ais dum coração sujeito a explodir,
pois os estilhaços bem podem te partir.
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