sábado, 23 de julho de 2011

MADRIGAL DE UM TROVADOR À SUA SENHORA
(Vivaldo Bernardes)

Vós sois a minha pastora,
dama dos meus madrigais,
dos meus amores, Senhora,
viveis sem outras rivais.

Indiferente aos meus ais,
rides do meu coração.
Trovas já as fiz demais,
sem respostas ou atenção.

Eu simples lacaio vosso,
trovador por profissão,
esconder jamais eu posso:
meu respeito é paixão.

Sois divina, sois candura,
a distância nos separa.
Tempo passa e mais perdura
a esperança que me ampara.

Para eu ter o meu afeto
seguro e correspondido,
espero o sinal concreto,
mesmo muito comedido.

Depois de o “aceito” certo,
tenho cá bel sugestão:
quando eu passar bem perto,
cai-vos um manjericão.

Vou pegá-lo e beijá-lo
como vossa própria mão
e no peito vou guardá-lo
co´a mor satisfação.

Ou lançardes uma flor
da sacada até ao chão.
Será gesto de pudor,
ao meu louco coração.

E depois do gesto feito,
um sorriso me dareis
e um sorriso sem defeito
no meu rosto vós vereis.

Dentre as trovas que já fiz
digo sempre serem as últimas.
Vosso coração que diz:
-“Quero infindas as penúltimas”.

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