quinta-feira, 7 de julho de 2011

BRAÇOS DE AÇO
(Vivaldo Bernardes)

Olhando os meus braços, vejo-os manchados
da ferrugem do Tempo corroendo o aço,
forjados a ferro e fogo e assim modelados,
invulneráveis ao peso dos estilhaços.

Porém, nem o calor da forja impede aos anos
mudarem o aço em ossos quebradiços, e
em fosfóricas chamas os braços humanos,
dos ricos dos palácios aos pobres do cortiço.

Entretanto, por ora, a ferrugem se estende
aos braços e, descendo às pernas, não sobe
à mente e aos versos que ela pretende

ainda escrever, resto de poemas que acaso lhe sobre
enquanto a morte não a fizer em bagaço,
enquanto os meus braços inda forem de aço!

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