terça-feira, 12 de julho de 2011

O BILHETE
(Vivaldo Bernardes)

Não conheço um casal, por mais se ame,
que não sofra um dia alguma rixa,
sem chegar a quebrar o forte liame,
mas dói e fere a paz como uma lixa.

Certo dia, não sei mais por que motivo,
acabamos brigando e ela saiu.
Não querendo eu ser acusativo,
fui ao quarto e ela não me viu.

E mais tarde, eu estando acordado,
pressenti os ruídos de papel
e fui lendo pedaço já rasgado:

“Me perdoe, gosto muito de você”
no bilhete escrito a tropel,
que assinado estava com um T.

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