sábado, 29 de outubro de 2011

À MORTE
(Vivaldo Bernardes)
Vens chegando, à socapa, sorrateira,
mandando-me alertas convincentes,
no preparo da hora derradeira,
com avisos mui graves e frequentes.

Não te temo, pois vens me prevenindo,
mas suplico dês mais tempo à poesia,
que só ela me traz ardor infindo,
e só nela eu me quedo em fantasia.

Mas, se pedir-te mais, e mais, eu posso,
atende um meu pedido qu’eu endosso,
e atrasa teu afã por mais um dia.

E pronto eu estarei, dia que quiseres,
e despedir-me-ei de mil mulheres,
em ritual de infrene boemia.

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