quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O TEMPO
(Vivaldo Bernardes)

Sem saber o que és, eu já te sinto.
Não tens peso, mas pesas-me nos ombros;
não tens gosto, mas eu noto teu absinto,
nos meus dias de tristeza, horas de assombros.

Só me deste duas cores para a vida:
uma azul-mocidade outra escura.
A primeira, levaste de investida;
A segunda, já sabes quanto dura.

Tens nas mãos o destino do Universo.
És eterno, mas vives de segundos.
Discutir-te, o teu tema é controverso.

Debater-te é simples despautério.
Continua governando os nossos mundos
e fico eu cá absorto no mistério.

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