sexta-feira, 19 de agosto de 2011

DA JANELA
(Vivaldo Bernardes)

Eras só pela rua já deserta,
fundos sulcos os teus pés te ofendiam.
Da janela, que estava entreaberta,
via-te linda que meus olhos podiam.

Ah, se me lembro! como hoje fosse!
Tu olhaste para trás e me sorriste
e eu te dei um sorriso, o mais doce,
leve aceno de mão me dirigiste.

Tempo passa, faz isso sessent’anos.
Pela vida fomos de braços dados,
com alegrias e muitos desenganos.

Já te foste ao sulco mais profundo.
Desprenderam-se os laços bem atados.
Apagou-se a chama do meu mundo.

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