sexta-feira, 26 de agosto de 2011

INCERTEZA
(Vivaldo Bernardes)

Incerta e sem um norte que a oriente
caminha esta minh’alma solitária,
habitando este corpo decadente
na reta já final da funerária.

Meus versos bem definem a incerteza
e tingem de escuro o meu porvir,
guiados pela lei da natureza
e inútil é querer deles fugir.

Entanto o desejo permanece
e mostro-lhe o meu corpo envelhecido,
mas ele, com vigor, não esmorece.

Acato ser o amor imorredouro
na luta entre a mente e o desejo,
e voto no segundo sem desdouro.

E hei de assim viver do infinito
dando graças por ter este almejo
e de amor mil palavras ter escrito.

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