segunda-feira, 9 de janeiro de 2012



V

De mais mil abraços no éter afora,
eu conto nos dedos os anos que faltam
até Deus se lembre e chegar minha hora,
curando as saudades que, acerbas, me assaltam.

O que conseguimos com dor ou prazer
está estampado na face dos filhos,
que, com sacrifício do próprio lazer,
amparam o pai sem quaisquer empecilhos.

“Plantando se colhe”, lá diz o ditado,
e eu colho mil vezes o que foi plantado
em terra tão fértil com base no amor.

E tu, que respiras o ar doutro mundo,
visando os meus olhos lá deles no fundo,
verás que misturo saudade com dor.


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