NA VIRADA DA VIDA

(Vivaldo Bernardes)

À minha saudosa Teresinha

Na virada da vida encontrei-te mulher.

Caminhavas sozinha e vinhas de bem longe.

Não eras como outras, uma de qualquer,

pois trazias no rosto a sisudez do monge.

Estático fiquei ao ver tanta beleza

e perguntei teu nome – “Teresa” – disseste.

O meu eu também disse, e disse com presteza,

usando de franqueza igual ao que fizeste.

E fomos pelo mundo entre quatro paredes,

tu sorrindo e cantando os sucessos de antanho

e eu contigo a sorrir ao balanço das redes.

Mas o tempo passou e o balanço acabou,

foste embora de mim por caminhos estranhos,

tudo o vento levou e a saudade ficou.

Planaltina-DF, 03/08/2005