A GRANDE MALA
(Vivaldo Bernardes)
A mala é grande e mostra a ínfima bagagem.
O que nela já pus? Amor e alguns sonetos
que falam de saudade amarga nos quartetos
e da lembrança doce e amiga da viagem.
É só de quantidade e só de qualidade,
pois não há no garimpo abissal das palavras
outras que digam mais, sejam das mesmas lavras
e tenham mais calor e sensibilidade.
De encher a mala fico eu só na pretensão,
pois da viagem o fim chegando de mansinho,
vai serenando a ânsia atroz do coração.
Assim, vou arrastando a mala pela estrada,
guardando nela os bons momentos do caminho
e a poesia que recolho, às margens encontrada.
Planaltina-DF, 02/09/97
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