quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CAMINHOS
(Vivaldo Bernardes)


Apelar já não faço a quem curar-me possa.
Entretanto prossigo adiante com meus passos
que me levem - quem sabe? - a me afastar da fossa,
por caminhos ignotos, amargos e escassos.

Sobre as ondas remei com pés e mãos sangrando,
com a mente confusa, oca e mui balbuciante.
Perigosos abrolhos altos fui rumando
sem chegar, afinal, à praia aconchegante.

De repente uma luz longe se faz presente,
desfraldando a bandeira - esperança da paz,
do caminho e do amor de qu'eu era carente.

E se a  mim me azedava o viver d'outros dias,
sem coragem de ver o que o tempo me traz,
a vitória proclamo nas rudes porfias.

Planaltina-DF, 28/05/2004


Nenhum comentário:

Postar um comentário