quarta-feira, 1 de agosto de 2012


A VIRGEM
(Vivaldo Bernardes)
Olhando-te inteira e toda nua,
deitada numa cama à minha espera,
reflito na loucura minha e tua,
loucura-instinto que me torna fera.

No instante de eu ter-te em meus braços,
travei insana luta co’a Razão
e entre os mil beijos e abraços
optei só, simplesmente, por um “não”.

Surpresa, perguntaste-me o porquê
da minha repentina decisão:
– “Mistério que o íntimo prevê”.

Não quis eu nessa hora alucinada
manchar-te o teu véu de proteção,
e a chama do amor foi apagada.

Voltaste a insistir mui desbragada,
e eu balbuciando um fraco “não”,
manchamos de vermelho o teu colchão.

Planaltina-DF, 12/02/2006

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