O VELHO
(Vivaldo Bernardes)

Canta o galo no muro do vizinho,
madrugada surgindo devagar
No beiral pousa triste passarinho.
Eis que é hora do sono debandar.
Já cansada, encurvada no cantinho
a bengala espera pendurada.
Vai fazer outra vez mesmo caminho
e voltar à parede escavada.
Os seus planos tecidos com carinho.
são fugazes e são de arribaçã.
só fumaças saídas do cadinho.
Só do ontem imutável vive o velho.
Não tem hoje. não tem nem amanhã.
Diferença não há para o revelho.
Planaltina-DF, 28/02/12
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